sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Faça Chover!

O que fazer se todos pensam em abandonar você
Se as pessoas já não querem mais amar
Se seu mundo já não tem mais o que falar.

E o que sentir, quando seus sentidos já não respondem
E só fugir, é a saída que você descobre ser capaz
De esconder todos os medos, um nunca mais.



Faça sem temer e esqueça o por que
Não deixe que ninguém lhe diga o que fazer
Faça chover.

Como sorrir se os mais "sábios" lhe tratam como animais
Se alguns acham que você não é capaz
Ou que sua hora já ficou pra traz

E como agir se cicatrizes fazem você fraquejar
E as pessoas dizem que é hora de parar
Com essa vida, teus amores, teu sonhar.


Faça sem temer e esqueça o por que
Não deixe que ninguém lhe diga o que fazer
Faça chover.

“A Dança”

Não te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.




Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.




Antes de amar-te, amor, nada era meu:
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se dependiam,
Perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado, decaído,
Tudo era inalianavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.



Um pouco de amor para a alma. E um pouco de paz para o coração. Afinal paz nesses tempos tão difíceis é sempre bom.